Consulte aqui alguns Exercícios para Doenças Reumáticas
“A actividade física é profiláctica para muitas doenças, comprime a morbilidade e aumenta a longevidade”.
Morris (1910-2009)
Introdução
No campo da Reumatologia, a Medicina Física e de Reabilitação, além de actuar sobre o processo primário como adjuvante desta especialidade, tem uma acção que se pretende holística, procurando após debelado o processo agudo, ou alcançada a estabilidade do processo crónico, reintegrar o indivíduo no seu meio social, promovendo o seu reequilíbrio, não só físico, mas também psíquico, vocacional e social. A actuação da reabilitação só poderá ser considerada completa, após atingido equilíbrio global entre o indivíduo e o meio em que vive.
Alguns conceitos
Reabilitação - Conceito que integra uma acepção médica e social, compreendendo métodos de prevenção, diagnóstico, avaliação, tratamento e reintegração doente-meio envolvente. Numa vertente de intervenção que se pretende bio-psico-social, para além de incidir ao nível da prevenção da doença e sua recuperação pretende, actuar sobre as repercussões no equilíbrio físico, psíquico e social, visando a reintegração global do indivíduo num processo dinâmico (perspectiva de ecologia humana).
Reabilitação Física / Fisioterapia - Centra-se na análise e avaliação do movimento e da postura, baseadas na estrutura e função do corpo, utilizando modalidades educativas e terapêuticas específicas com base, essencialmente, no movimento, nas terapias manipulativas e em meios físicos e naturais, com a finalidade de promoção da saúde e prevenção da doença, da deficiência, da incapacidade e da inadaptação e de tratar, habilitar ou reabilitar indivíduos com distorções de natureza física, mental, de desenvolvimento ou outras, incluindo a dor, com o objectivo de os ajudar a atingir a máxima funcionalidade e qualidade de vida.
Educação do doente reumático - Considerando que a dor crónica e a diminuição da actividade funcional determinam no doente aspectos de “stress emocional”, será determinante desenvolver junto do doente programas de educação, planeados cuidadosamente no sentido de o levar a compreender a sua doença, como pode modificar a sua vida presente e futura, e o que deve ser feito para minorar os seus efeitos. Assim poderemos dizer que os processos educativos em reabilitação tentam ajudar os doentes a compreender e aceitar, quando necessário, as perdas de capacidade funcional associadas à sua doença. A participação e cooperação do doente são essenciais, devendo as respostas assumir-se cada vez mais em termos globais, para uma melhoria efectiva da autonomia e qualidade de vida do doente reumático.
A consciência de bem-estar existente num indivíduo ou presente numa comunidade, está em íntima relação com o processo de desenvolvimento nessa mesma comunidade.
Qualidade de Vida – Percepção por parte dos indivíduos ou dos grupos, de que as suas necessidades são satisfeitas e não lhes são negadas oportunidades para alcançar um estado de felicidade e de realização pessoal em termos de uma qualidade de existência acima da mera sobrevivência. O interesse pela qualidade de vida na saúde cresce a partir dos anos 70 como consequência da exigência de uma visão mais holística dos problemas de saúde, aliás reflectida na própria definição de saúde da OMS, como bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de doença. O Conceito de Qualidade de Vida será pois, um conceito dinâmico, na medida em que o equilíbrio que exprime corresponde a diferentes estádios.
A Qualidade de Vida deverá estabelecer uma relação variável entre as condições externas do meio ambiente e as condições internas do próprio doente. A doença não será por definição um estado de “desajuste” - existem formas adaptadas de ”estar doente”.
A Actividade Física Regular, correctamente orientada e que possa igualmente ser realizada também no domicílio de forma gradual e progressiva, será determinante não se substituindo porém a qualquer outra intervenção preventiva ou terapêutica (farmacológica, dietética etc.), mas sim, fazendo parte de um conjunto de medidas complementares indicadas para a profilaxia e tratamento.
A prevenção primária referente à manutenção de um estilo de vida saudável, o mais activo possível, que proporcione uma funcionalidade satisfatória para o indivíduo em essencialmente três domínios: o físico, o psicológico e social.