A dor crónica músculo-esquelética é a dor muscular local ou geral, porém incaracterística, e que apresenta uma rigidez matinal prolongada. Um exemplo de dor músculo-esquelética é a Fibromialgia, que se manifesta por dores difusas pelo corpo todo, acompanhadas de alterações do sono. Pode-se acompanhar de fadiga frequentemente.
Não existem exames característicos desta doença, podendo haver alterações específicas no electroencefalograma durante o sono. O seu diagnóstico é basicamente clínico, havendo a necessidade de se encontrar uma série de pontos dolorosos que se consideram critérios para o diagnóstico da doença.
O tratamento basicamente passa pelo controle do quadro doloroso através do uso de medicamentos que vão controlar a dor, como analgésicos, relaxantes musculares e mesmo antidepressivos, com a intenção de aumentar o limiar da dor.
As massagens e o exercício físico são fundamentais para o complemento da terapêutica medicamentosa, tal como as medidas de protecção do aparelho locomotor. Porém, o apoio psicológico e a tranquilização dos doentes através de informações sobre a doença são fundamentais para o sucesso do tratamento.
É claro que é aqui impossível deixar de referir algumas outras patologias tão importantes para a população em geral que também podem ser responsáveis por dores, como a Osteoporose, isto é, a descalcificação dos ossos. Causa de dores difusas pelo esqueleto, nomeadamente na coluna, pode ser responsável por dores da descalcificação propriamente dita, ou consequente das complicações que dela podem surgir, tal como as microfracturas dos ossos da coluna, que levam ao achatamento das vértebras e às devidas compressões das estruturas que as envolvem. A Osteoporose pode acometer qualquer osso e ser responsável por dores em qualquer um deles. O exame por excelência que a confirma é a densitometria óssea. A radiografia não dá noção nenhuma do grau de descalcificação dos ossos. O tratamento específico desta doença alivia os sintomas da dor.
Apesar do facto de que muitos tipos de dor não foram sequer abordados, as mais frequentes dentro do foro reumatológico estão aqui representadas.
É importante reconhecer a dor, valorizá-la, respeitá-la e fundamentalmente tratá-la adequadamente.
Todos nós temos o direito a uma boa qualidade de vida, mesmo em relação ao aparelho locomotor. É impensável que, agora que a média de vida dos portugueses ronda os 80 anos, a qualidade de vida destas pessoas seja tão deficitária em termos de função músculo-esquelética, sendo necessária a ajuda de terceiros para as mais básicas actividades...
A qualidade de vida futura passa pela prevenção, atenção e tratamento dos sintomas e das suas causas.
A dor, como um dos mais importantes sinais de alerta do sofrimento de uma estrutura, acaba por ser um dos mais fortes coadjuvantes na tentativa de manutenção da sua própria saúde.
Dr.ª Vera Las