A dor crónica de ritmo inflamatório é a dor do repouso, que acorda durante o sono, a dor que dói no calor da cama. Classicamente é muito pior no início do dia, sendo a Rigidez Matinal bastante prolongada, chegando os doentes a ter dificuldades em executar os movimentos por mais de uma hora. O levantar da cama de manhã, ou o movimento após um período relativamente prolongado de imobilidade é extremamente doloroso.
É classicamente representante das doenças inflamatórias articulares, isto é, das Artrites.
O acometimento poderá ser preferencialmente periférico, como por exemplo, na Artrite Reumatóide, axial (coluna vertebral), como na Espondilite Anquilosante, ou periarticular, como nas periartrites.
Existem alterações típicas tanto dos exames radiológicos como dos laboratoriais em cada uma delas.
O seu tratamento envolve a intenção de tratar a dor e de bloquear a progressão da doença para que o dano articular seja o menor possível, mantendo assim a função das articulações. Na vertente medicamentosa todo o arsenal terapêutico disponível tem indicação de ser utilizado, desde os analgésicos, passando pelos anti-inflamatórios, corticosteróides, e fundamentalmente na terapêutica de fundo, que irá realmente alterar o curso da doença.
Aqui também o papel da Fisioterapia e da Terapia Ocupacional é de extrema importância, pelas razões já focadas anteriormente. Também a cirurgia poderá ser aventada dependendo do estado de cada articulação.
Aqui talvez seja interessante ressaltar a importância do acompanhamento psicológico que alguns destes doentes podem beneficiar, uma vez que as depressões reactivas aos quadros de dores crónicas, que chegam a durar uma vida, não são tão pouco frequentes e podem resolver-se com esta ajuda técnica especializada.
Dr.ª Vera Las